Identifying risks and rpportunities due the increase of the cargo handled in the São Marcos Bay

Abstract

Este estudo examina os riscos e oportunidades associados ao aumento projetado da movimentação de cargas na Baía de São Marcos, situada no estado do Maranhão, Brasil. A região abriga três portos de grande relevância para as exportações brasileiras: o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (Vale), o Porto do Itaqui (público) e o Terminal Privativo da Alumar (Alcoa), que, juntos, movimentam aproximadamente 20% da carga nacional. De acordo com os planos estratégicos das operadoras portuárias, espera-se que a movimentação de cargas nesses terminais cresça até 40% até 2060. Com base nos princípios do planejamento portuário adaptativo e na análise de flexibilidade, o trabalho investiga a capacidade da infraestrutura atual em atender a esse crescimento. São analisados ativos compartilhados entre os terminais, como o canal de acesso, as áreas de fundeadouro, os serviços de praticagem e os rebocadores. Utilizou-se a simulação de Monte Carlo para estimar a quantidade esperada de manobras simultâneas por janela de maré, considerando os anos de 2025, 2040 e 2060. Os resultados indicam que a infraestrutura já enfrenta pressões operacionais, principalmente no que diz respeito à disponibilidade de rebocadores e práticos. Com o aumento da demanda, estima-se que a frota atual de 22 rebocadores será insuficiente, sendo necessário aumentar esse número para 28 ou até 30 embarcações até 2060. Além disso, será preciso repor e ampliar o número de práticos, considerando aposentadorias previstas na próxima década. Recomenda-se que os investimentos sejam divididos em três fases: curto prazo (2025-2030), médio prazo (2030-2040) e longo prazo (após 2040). No curto prazo, é necessário reforçar a frota de rebocadores e iniciar a formação de novos práticos. No médio prazo, deve-se ampliar as áreas de fundeio e melhorar a sinalização náutica. Para o longo prazo, considera-se a duplicação do canal de acesso como uma alternativa estratégica. Conclui-se que o desenvolvimento da Baía de São Marcos requer uma abordagem integrada, com foco na flexibilidade da infraestrutura, uso de tecnologias inteligentes, planejamento modular e análise de opções reais. Tais medidas são fundamentais para garantir eficiência, segurança e sustentabilidade diante das incertezas do futuro.